domingo, 19 de agosto de 2007

Querido diário,

Quando iniciei meu ativismo anti-assimilacionista mantive um foco social, demandando uma recusa homossexual de instituições bases que formam a característica capitalista do grande estado. Com o passar do tempo fui me focando em sua expressão mais pessoal e o seu agente característico geral: o macho.

tudo o que voce queria saber sobre como ser livre, mas nao sabia como perguntar

sobre o casamento
ja que alguns textos foram apagados, o q é o casamento? como pode ser ruim?
a união civil é um presente do iluminismo junto com a propriedade privada, nasceram junt=s. o casamento é a prática do dominio regulamentado. quando era um exercicio de força voltado exclusivamente contra as mulheres, um grupo historicamente sem poder, servia para reinforçar a hierarquia familiar, ilustrar a posse dos filhos e cimentar o privilégio economico dos homens, já q nao passa de uma instituição voltada para a concentração de renda... assim o dinheiro é transferido de um homem(pai) para outro homem(filho) atraves de uma mulher(mae). agora que sua base esta sendo ampliada para incluir o grupo d=s homossexuais é particularmente perigoso pq:
- abre espaço para o preconceito e ódio já q se cria uma nova classe. Aquel=s que abdicam da "promiscuidade" tão marcante no universo homo(principalmente masculino) e aqueles que recusam sua premissa. Voce já ve em todo lugar as gays afobadas pela entrada na comunidade moral denunciando a "vulgaridade" vápida do mundo homo e seus eventos. Não acho radical tb fazer sexo com estranhos, nao acho q a resposta seja essa contra a monogamia patriarcal, mas com certeza algo mais fluido sem a necessidade da sanção estatal.
- um supra-foco das ongs na uniao civil cria a ilusão para jovens homos crescendo agora que está é a unica forma possivel de se encontrar felicidade relacional. Numa sociedade em que já são bombardead=s com a propaganda genocida hetero, acho bem importante a valorização de espaços de expressão livre sexual.
- filtra toda a pulsão transgressora gay para um unico evento, o q vai definitivamente causar mais mal do q bem futuramente. já tem as gays fãs do liberalismo, sempre tão rosamente indiferentes à qq outra exclusão q não seja a SUA, clamando o casamento como a ultima fronteira de direito. e óbvio q nao é, alias, enquanto tem homos sendo assassinad=s simplesmente por serem homos, acho bem ofensiva a propria ideia de defender algo tão ridiculamente local e elitista qto o casamento.

e nao precisa ir tão longe para ver o q estão fazendo. pq sempre falam para lutar pelo casamento, sugerindo q esta causa nos une, e nao pela moradia, contra brutalidade policial e cobertura médica universal de qualidade? qdo falam em *acesso à planos de saude* é sempre na gloria racista e elitista del=s q é na forma de comunhão entre parceir=s. pq nao lutar pra todo mundo receber isso?


sobre gays vs negr=s vs trans vs feminismo
um choque bem comum no ativismo gay é o seu carater quase exclusivamente branco e a suposição de que homens homos brancos desfrutam de um privilégio maior que gays negros(o q nao é mentira), o q leva até a aceitação de uma homofobia da parte da comunidade negra. primeiro q eu acho que estão absolutamente cert=s em desconfiar de qq ong boiola branca pelos direitos iguais, pq pregam uma politica extremamente excluente, lendo aqui o casamento como significador de classe. negr=s nunca foram representad=s pelas organizacoes que clamam ajuda-los simplesmente pq na sua sede por aceitação moral elas se desdobram em passar uma imagem de um grupo homossexual livre de qualquer outra mazela social que nao a exclusão por direito. nao tem racismo, nao tem pobre, nao tem mulher, nao tem nada. só o nosso poder de compra.
mas obvio lembrar de que existem homos de cor, então qq aceitação de uma hostilidade maior com a expressão gay dentro desse grupo é um tiro no pé.

a questão do feminismo dentro do ativismo homo é conflituosa tb. principalmente por ser uma coleção de ongs e intervenções basicamente controladas por homens gays, não são exatamente simpáticas às demandas das garotas. a pornografia, a bondage e outras expressões de ódio consagradas pelo uso passaram a ditar a expressão gay macha e são lutas intrisicas à premissa feminista do fim da guerra masculina contra tod=s q não se assemelham à sua imagem. feminista sheila jeffreys culpa o advento da politicagem liberal queer pela morte do ativismo lésbico, já q agora grande parte delas assimilaram o estilo de vida do homem gay(é só ver o tanto de garotinha babando por aquela Shane do L World, uma misógina que trata outras mulheres como coisas). Eu tb vejo um grande perigo no queer basicamente por matar a transgressão e ressignificação de módulos sociais, pregando um grande *gozo* generista e de personalidade, expressões bastante elitistas já q nao apresentam uma resposta maior para a libertação de um grupo, mas sim pequenas ações em q pessoas aprendem a lidar com suas condições de forma individual.
um choque ainda maior, talvez o maior de todos?, é o conflito entre uma parcela das mulheres(e homens) que se identificam como feministas com a politicagem trans. Bom, a *batalha* já teve seus altos e baixos, sendo mais presente nos anos 70 no auge do feminismo radical(com a publicação de the transexual empire) até o silencio imposto pela chegada do feminismo liberal dos anos 90 e a panfletagem queer egoistica.(Existem ainda hoje festivais feministas com politica de barrar transsexuais, os identificando como agentes infiltrados patriarcais.) Longe de uma caça às bruxas contra transsexuais é mais um inquérito sobre como funciona exatemente a apropriação de um genero estranho, por qualquer motivo q seja, e como dominancia masculina entre nisso tudo. Ainda mais quando experiencia corporal feminina foi historicamente criminalizada e ridicularizada por homens. Eu particularmente apoio qq ação para o estabelecimento do grupo trans como viavel na sociedade, oferecendo formas mais rápidas de por exemplo ocorrer a troca de nome, ja q muitas vezes com um nome de homem ou mulher ainda na carteira de trabalho nao conseguem emprego obrigando-=s à uma vida marginalizada. Mas nao vejo nada exatamente de transgressor tb nem libertario, pq numa sociedade realmente sem genero isso nao iria existir.

domingo, 5 de agosto de 2007

SMASH CAPITALISM!!


Esmague o capitalismo com um amasso capitalista =] (são duas garotas na foto clique para ampliar)
intervenção urbana em curitiba, cuja autoria não sei, estão de parabéns.